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Como é uma pessoa com TDAH?

Dr. Rodrigo Prinz • 17 de dezembro de 2024

Como é uma pessoa com TDAH?

Como é uma pessoa com TDAH

Uma pessoa com TDAH apresenta sintomas de desatenção, impulsividade e hiperatividade que impactam sua rotina pessoal, acadêmica e profissional.

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurodesenvolvimental comum que afeta crianças, adolescentes e adultos em diferentes fases da vida. Os sintomas mais marcantes incluem desatenção, impulsividade e hiperatividade, que podem variar em intensidade e em como impactam a rotina de cada indivíduo. Crianças com TDAH podem ter dificuldade em manter o foco em atividades escolares, perder objetos importantes e demonstrar inquietação constante. Em adultos, esses sintomas frequentemente interferem na vida profissional, resultando em atrasos, dificuldades em cumprir prazos e desorganização no gerenciamento de tarefas cotidianas.


Compreender como é uma pessoa com TDAH é fundamental para identificar os desafios enfrentados por elas e as estratégias necessárias para melhorar sua qualidade de vida. Características como dificuldade em manter a atenção por longos períodos, impulsividade na tomada de decisões e controle emocional limitado são recorrentes em quem tem o transtorno. No âmbito profissional, pessoas com TDAH podem ser vistas como desatentas ou procrastinadoras, enquanto, no ambiente social, podem ter problemas em manter relacionamentos saudáveis devido à tendência a interromper conversas ou agir impulsivamente. Essas situações podem levar a sentimentos de frustração e baixa autoestima.


Para um diagnóstico preciso do TDAH, é necessário avaliar a presença dos sintomas desde a infância, uma vez que o transtorno tem natureza crônica e acompanha o indivíduo ao longo de toda a vida. Esse diagnóstico deve ser feito por um profissional de saúde mental qualificado, que utiliza critérios clínicos e histórico detalhado do paciente. Além disso, é essencial considerar o impacto dos sintomas no dia a dia da pessoa em diferentes contextos, como no trabalho, estudo e vida social. Muitas vezes, o TDAH é confundido com falta de disciplina ou desinteresse, mas trata-se de um transtorno que exige compreensão e tratamento adequado.


Felizmente, com o acompanhamento correto e estratégico, pessoas com TDAH podem aprender a gerenciar seus sintomas e a melhorar significativamente sua rotina e qualidade de vida. Tratamentos como terapia cognitivo-comportamental, intervenções educacionais e, em alguns casos, medicamentos estimulantes são eficazes para ajudar a manter o foco, organizar tarefas e controlar impulsos. Adotar uma rotina estruturada e práticas como exercícios físicos também podem fazer grande diferença. Assim, é possível transformar desafios em oportunidades de crescimento, garantindo uma vida mais equilibrada e produtiva.

Quais são os sintomas mais comuns em uma pessoa com TDAH?

As pessoas com TDAH podem apresentar uma série de sintomas que afetam seu comportamento e suas habilidades cognitivas. A seguir, detalhamos os sintomas mais comuns e como eles se manifestam em uma pessoa com esse transtorno.

Desatenção: dificuldades com concentração

A desatenção é um dos sintomas mais marcantes em pessoas com TDAH. Elas têm dificuldade em focar em atividades que exigem concentração, como estudar, ler ou realizar tarefas no trabalho. Isso pode levar à falta de organização, esquecimentos frequentes e erros por desatenção, o que pode prejudicar a performance escolar, acadêmica e profissional:

  • Dificuldade em manter o foco em tarefas ou conversas;
  • Perda frequente de itens importantes, como chaves, celulares ou documentos;
  • Incapacidade de seguir instruções ou concluir tarefas de forma eficaz;
  • Esquecimentos constantes de compromissos e prazos;

Hiperatividade: inquietação e excesso de energia

A hiperatividade é outro sintoma característico do TDAH, sendo mais evidente em crianças, mas também presente em adultos. Ela se manifesta como um comportamento excessivamente agitado, como não conseguir ficar quieto, falar demais ou se envolver em atividades físicas constantemente.


  • Movimentação excessiva, como agitação nas pernas ou mãos;
  • Dificuldade em ficar sentado por longos períodos;
  • Falar muito e interromper outras pessoas;
  • Dificuldade em realizar atividades tranquilas.

Impulsividade: falta de autocontrole

A impulsividade no TDAH se refere à dificuldade em controlar os próprios impulsos, o que pode levar a decisões precipitadas ou a comportamentos inadequados. Isso pode afetar tanto a vida pessoal quanto as relações interpessoais, levando a comportamentos agressivos ou inadequados em determinadas situações.



  • Tomar decisões apressadas sem considerar as consequências;
  • Interrupção frequente durante conversas ou atividades;
  • Dificuldade em esperar a sua vez em atividades de grupo.

Como o TDAH afeta a vida cotidiana de uma pessoa?

O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) pode impactar significativamente a vida cotidiana de uma pessoa, afetando sua capacidade de se concentrar e organizar tarefas. A desatenção, um dos principais sintomas do TDAH, faz com que a pessoa tenha dificuldade em manter o foco em atividades diárias, como trabalhar, estudar ou até mesmo realizar tarefas simples, como fazer compras ou cumprir prazos. Isso pode resultar em atraso nas responsabilidades, falta de produtividade e frustração, pois a pessoa não consegue concluir atividades que exigem atenção contínua. Esse cenário pode gerar um ciclo de estresse e culpa, já que a pessoa com TDAH frequentemente percebe que está fazendo um esforço extra, mas ainda assim não alcança o desempenho esperado.


Além disso, a hiperatividade, outro sintoma comum do TDAH, pode dificultar a adaptação em ambientes que exigem calma e concentração. Em ambientes de trabalho ou sociais, o excesso de energia e a dificuldade em permanecer sentado podem ser interpretados como inquietação ou indisciplina. Isso pode levar a conflitos com colegas, familiares e superiores, criando um ambiente de desconforto e isolando ainda mais o indivíduo. Em situações sociais, a impulsividade também pode resultar em respostas rápidas ou inadequadas, prejudicando a interação com os outros. A pessoa pode ser vista como impaciente ou até mesmo rude, o que pode afetar suas relações pessoais e profissionais.


Em termos acadêmicos, especialmente para crianças e adolescentes, o impacto é considerável. A dificuldade em prestar atenção durante as aulas, a falta de organização e a tendência a esquecer compromissos e prazos podem afetar o rendimento escolar. Esses estudantes podem ser mal interpretados como desinteressados ou preguiçosos, o que prejudica sua autoestima e motivação. Muitos alunos com TDAH enfrentam um ciclo de frustração devido à falta de compreensão de suas dificuldades, o que pode afetar não apenas sua performance acadêmica, mas também sua saúde mental e emocional, resultando em ansiedade ou depressão.


No dia a dia, esses desafios podem criar um efeito em cadeia, com a pessoa com TDAH se sentindo incapaz de atender às expectativas dos outros e até das suas próprias. Esse processo pode gerar um sentimento de inadequação, ansiedade e estresse, pois as pessoas com TDAH muitas vezes se veem como "incapazes" de alcançar o nível de desempenho de outras pessoas. O impacto social e emocional é profundo, e a falta de compreensão por parte de amigos, familiares e colegas pode agravar ainda mais a situação. Por isso, é essencial buscar um diagnóstico preciso e um tratamento adequado para ajudar a minimizar os efeitos do TDAH na vida cotidiana.

Como o psiquiatra faz o diagnóstico de TDAH?

O diagnóstico de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um processo complexo e multidisciplinar, que envolve uma avaliação detalhada dos sintomas, histórico médico e comportamental da pessoa. O primeiro passo é uma entrevista clínica aprofundada, na qual o psiquiatra coleta informações sobre o comportamento do paciente, suas dificuldades de atenção, impulsividade e níveis de hiperatividade. O médico também questiona sobre o histórico familiar de TDAH, já que o transtorno pode ter um componente genético. Essa entrevista é essencial para compreender o quadro geral e identificar se os sintomas são consistentes com os critérios diagnósticos.


Além da entrevista clínica, o psiquiatra geralmente utiliza escalas de avaliação padronizadas, como a Conners’ Rating Scale ou a Escala de Avaliação de TDAH para adultos (ADHD Rating Scale), que ajudam a quantificar os sintomas e a determinar sua gravidade. Esses questionários são preenchidos por pais, professores, ou outras pessoas que convivem com o paciente, pois o TDAH costuma afetar tanto a vida doméstica quanto escolar ou profissional. A coleta de informações de diferentes fontes é fundamental para uma avaliação mais precisa, visto que os sintomas podem se manifestar de maneiras diferentes em ambientes distintos.


Em muitos casos, o psiquiatra também solicita exames médicos complementares para descartar outras condições que possam ter sintomas semelhantes ao TDAH, como distúrbios de sono, problemas de visão ou audição, ou outros transtornos psiquiátricos, como ansiedade ou depressão. Excluir condições com sintomas sobrepostos é crucial para evitar diagnósticos errôneos. O diagnóstico do TDAH não se baseia em um único teste, mas em uma análise criteriosa e na observação contínua dos sintomas ao longo do tempo.


É importante destacar que o diagnóstico de TDAH deve ser feito por um profissional qualificado, como um psiquiatra especializado em transtornos neuropsiquiátricos, pois ele requer conhecimento técnico e clínico. O diagnóstico é confirmado quando os sintomas persistem por mais de seis meses e interferem significativamente na vida diária da pessoa, de forma a causar prejuízos acadêmicos, sociais ou profissionais. O diagnóstico precoce e preciso é fundamental para que a pessoa receba o tratamento adequado e possa melhorar sua qualidade de vida.

Como o psiquiatra trata o TDAH?

O tratamento do TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) é multidisciplinar e varia conforme as necessidades individuais de cada paciente, mas geralmente envolve uma combinação de medicamentos e abordagens psicoterapêuticas. O primeiro passo do psiquiatra é realizar um diagnóstico completo, para confirmar que os sintomas observados são de fato relacionados ao TDAH e não a outras condições com sintomas semelhantes. Após o diagnóstico, o tratamento é customizado para atender às características e ao grau do transtorno em cada paciente, levando em consideração a idade, o contexto familiar e escolar ou profissional, e qualquer comorbidade que possa estar presente.


A medicação é frequentemente a primeira abordagem para o tratamento de TDAH, especialmente em casos em que os sintomas são graves e afetam significativamente a vida cotidiana do paciente. O psiquiatra pode prescrever medicamentos estimulantes, como o metilfenidato (Ritalina) ou as anfetaminas, que ajudam a aumentar a concentração e reduzir a impulsividade e a hiperatividade. Esses medicamentos atuam sobre neurotransmissores no cérebro, como a dopamina e a norepinefrina, que são essenciais para o controle da atenção e dos impulsos. O tratamento medicamentoso geralmente é monitorado de perto, com ajustes de doses conforme necessário, para maximizar a eficácia e minimizar os efeitos colaterais.


Além dos medicamentos, a psicoterapia é uma parte fundamental do tratamento do TDAH. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é a abordagem mais comum, pois ela ajuda o paciente a entender e modificar seus padrões de pensamento e comportamento. A TCC foca em ensinar habilidades de organização, controle do tempo, e regulação emocional. A terapia também pode ajudar a pessoa com TDAH a lidar com frustrações e aumentar a autoestima, que frequentemente são prejudicadas pelas dificuldades associadas ao transtorno. A psicoterapia pode ser individual ou envolver a participação de familiares, especialmente em crianças e adolescentes, para melhorar a comunicação e o apoio no ambiente familiar.


Outro componente importante do tratamento do TDAH é o treinamento de habilidades sociais e comportamentais, tanto para o paciente quanto para as pessoas ao seu redor, como pais, professores e colegas. O psiquiatra pode recomendar programas de treinamento para pais, que os ajudam a lidar com os comportamentos impulsivos e a criar estratégias consistentes e positivas em casa. Para crianças em idade escolar, o tratamento também pode envolver adaptações no ambiente educacional, com a colaboração de professores, para garantir que o aluno com TDAH receba apoio adequado nas tarefas escolares e no desenvolvimento social. O acompanhamento contínuo é essencial, pois o tratamento do TDAH é dinâmico, e os sintomas podem mudar ao longo do tempo, exigindo ajustes no plano terapêutico.


Em alguns casos, o psiquiatra pode recomendar mudanças no estilo de vida como parte do tratamento. A prática regular de exercícios físicos, uma dieta equilibrada e um sono adequado são fundamentais para ajudar a melhorar a atenção e reduzir a hiperatividade. Algumas pesquisas sugerem que a alimentação rica em ácidos graxos ômega-3 e a redução de açúcares refinados podem ter efeitos positivos no controle dos sintomas. Essas mudanças no estilo de vida, aliadas ao tratamento médico e psicoterapêutico, ajudam a criar uma abordagem holística que visa melhorar a qualidade de vida do paciente com TDAH. A chave para um tratamento eficaz está no acompanhamento contínuo, que permite ajustes para um controle otimizado dos sintomas.

Conclusão sobre uma pessoa com tdah

Uma pessoa com TDAH geralmente enfrenta desafios significativos no cotidiano devido à desatenção, hiperatividade e impulsividade. Esses sintomas podem afetar várias áreas de sua vida, como a escola, o trabalho e as relações pessoais. A dificuldade em manter o foco e a organização pode levar a problemas de desempenho acadêmico ou profissional, enquanto a impulsividade e a hiperatividade podem causar desconforto em situações sociais. No entanto, é importante compreender que o TDAH é um transtorno neurobiológico, e as dificuldades enfrentadas pela pessoa não são resultado de falta de esforço ou de interesse, mas sim de uma condição que exige suporte adequado e compreensão.



Com o tratamento certo, que pode envolver medicação, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, a pessoa com TDAH pode aprender a gerenciar seus sintomas e melhorar a qualidade de vida. O apoio de profissionais de saúde, familiares e colegas é essencial para ajudar a pessoa a desenvolver estratégias de enfrentamento e organização. Portanto, ao compreender como é uma pessoa com TDAH, podemos promover um ambiente mais inclusivo e favorável, ajudando-a a alcançar seu pleno potencial, superando as dificuldades que o transtorno traz para o seu dia a dia.

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